O Presidente Getúlio Vargas, ditador com propensões fascistas, soube fazer uma inteligente leitura política dos fatos históricos e econômicos em que se desenrolaram a segunda guerra mundial e prontamente se posicionou ao lado dos democratas, que eram respaldados em fortes movimentos sociais. Getúlio, então, não colocou os fatores subjetivos na hora de pesar os prós e os contras pela sobrevivência política.
A onda da vez era a democracia. Ele sabia se desvencilhar dos velhos amigos de índole autoritária e, ao mesmo tempo, aliar-se aos que lutavam pela liberdade, até então, seus opositores. Em sua visão cristalina da política nacional, o Brasil estava vocacionado ao desenvolvimento econômico e social através de um sistema mais comprometido com a liberdade.
Nos tempos atuais, também não se pode negar a opção do Brasil pela democracia, mas uma democracia que exija verdadeiramente a participação popular e o desenvolvimento econômico voltado, sobretudo, para o social. Essas são as linhas mestras delineadas pelo povo brasileiro rumo ao futuro e muito bem seguidas pelo presente governo.
Dessa forma, já se permite viabilizar uma melhor distribuição de renda, tributar de forma eficaz as grandes fortunas, implementar a famigerada reforma agrária, assegurar o meio ambiente saudável – e sustentável – e esquecer finalmente essa idéia neoliberal de flexibilização das leis trabalhistas. Espera-se que sejam esses os trilhos do trem da História.
A nação brasileira não abre mão dessa viagem. Muitos embarcaram com o povo, outros preferem ficar com os amigos na estação e perdem o trem. Há até aqueles que desejam mudar o rumo da viagem. O papel do indivíduo político na História, por mais carismático que ele pense que seja, é diminuto. Ainda sobre Getúlio Vargas, talvez ele tenha escolhido o momento certo para descer na próxima estação. Descordo apenas da maneira dramática, embora, nos dias atuais, as renúncias estejam mais para comédias.
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