Ter lido algumas biografias a respeito da curta vida daquele que se fez o Pobre de Assis não me dá o direito de opinar sobre a fé religiosa de quem quer que seja. Quando muito, posso dizer que aprendi com essas leituras, acrescidas de conversas com minha saudosa mãe, que um dos valores fundamentais na edificação de quem busca Deus está na humildade, princípio esse seguido à risca e propalado por São Francisco.
Nesse caso, quem se dirige ao Santuário Franciscano para fazer orações, agradecer ou pedir graças, normalmente o faz revestido de fé e humildade, aí compreendido o anonimato. Ainda há quem faça essa visita a pé. É bem verdade que hoje esses peregrinos são poucos. São homens e mulheres simples, gente do povo, que, ao avistarem a estátua do taumaturgo, têm as expressões do rosto revigoradas de solidariedade, marca registrada do Irmão Menor.
Isso não quer dizer que uma pessoa abastada, devido a um problema de saúde, velhice ou falta de tempo, não possa ir ao Santuário de automóvel. Pode e deve. Afinal, um momento de reflexão com os valores cristãos proclamados por São Francisco - eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) o homem do milênio - pode ser capaz de transformar a vida de qualquer cidadão, tal foi a força da radicalidade com que ele viveu sua opção em favor dos que sofrem, mormente os pobres.
Doutra, é inconcebível a postura antiética com que alguns políticos insistem em visitar o Santuário de São Francisco, ou de qualquer outro santo, em épocas eleitorais e acompanhados da grande mídia. Pretendem passar uma imagem de piedosos devotos, quando não passam de prepotentes e demagogos. Mal percebem que essa artimanha da politicagem não consegue mais fazer o povo de bobo.
Não é preciso, pois, ser um exegeta em questões franciscanas para constatar que riqueza não combina com humildade do Santo de Assis. E, como está difícil acreditar na honestidade dos políticos, também é quase impossível acreditar que um indivíduo arrogante possa ser um franciscano.
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