domingo, 12 de dezembro de 2010

DEMOCRACIA DIRETA - O CAMINHO

A situação das praias do litoral cearense - e quiçá de boa parte do país - é crítica. Polui-se indiscriminadamente a costa marítima: desde a indústria, que joga dejetos no mar, ao cachorro da madame, que deixa cocô na areia. Acrescentam-se ainda garrafas de plástico, vidros quebrados, restos de comida e toda uma variedade de lixo que desenha um cenário sujo na paisagem.

O problema se complica quando as praias são ocupadas de forma irregular por barraqueiros. Não me reporto aos donos desses quiosques, que também são responsáveis pela sujeira espalhada nas areias. Refiro-me aos ditos proprietários das médias e grandes barracas, essas que pretendem desempenhar a função dos outrora clubes sociais e que ofertam à clientela piscinas, além de restaurante e bares para shows.

O proprietário da mega barraca argumenta em seu favor que oferece muitos empregos e que tem o máximo cuidado com a higiene do ambiente. Não admite que vendedores ambulantes circulem por sua barraca, principalmente aqueles que vendem camarão ou peixe frito com cachaça. Nesse caso, democracia na praia parece ser também só de fachada.

A excessiva ocupação e a consequente poluição das praias se torna um problema sério, a curto e a longo prazo. Leis são desrespeitadas e decisões judiciais, cassadas. Tudo em nome do Eldorado de um "desenvolvimento" a qualquer custo, que às vezes se chama turismo. Para tanto, vamos gastar uma fortuna com o Aquário, também conhecida obra ao turista, não importando que grande parte da população cearense costume sofrer pela estiagem e a fome.

A campanha eleitoral acabou, mas as questões sociais, não. Portanto, esse debate está apenas começando e, se preciso, vamos às ruas. É hora de uma nova campanha, desta feita, sobre as barracas na praia, com a participação de toda a sociedade. O povo precisa construir o caminho da democracia direta para a solução dos graves problemas sociais.

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