sexta-feira, 17 de julho de 2009

MUITO LIXO E POUCO LUXO


O lixo que é colhido em alguns bairros da cidade de Fortaleza, em grande parte, vem sendo jogado ao longo da rodovia CE-060, no trecho que liga à Maracanaú (19 km de Fortaleza) e pela avenida Perimetral. Acredito que isso venha acontecendo devido ao fato de os caminhões estarem abarrotados de entulho e talvez até por descuido da empresa coletora. Essa questão do lixo é crucial e merece, portanto, um amplo debate entre os órgãos públicos, as empresas privadas e a população.

Se o leitor prestar atenção em como é feita a coleta desses resíduos sólidos, irá perceber que os caminhões praticamente não param. Os garis é que têm de correr com os sacos de lixo atrás dos caçambeiros e, no momento de arremessá-los em direção à trituradora, muitas vezes, esses sacos se espatifam no ar e caem no chão. Resultado: ruas mais sujas.

Os lixões preocupam cada vez mais a sociedade. E não se pode desvincular seus males poluentes da questão da propriedade capitalista que, conforme a história do gênero humano registra, seu objetivo máximo é o lucro de mercado, deixando de lado as fontes naturais de vida. Enquanto não temos coragem de rever essa questão, a floresta amazônica, em pouco tempo, dará lugar a um grande lixão. Aliás, não é à toa que navios estrangeiros cheios de lixo querem descarregar no Brasil.

Mas há lixo de toda espécie em toda parte. No Senado Federal, ele está no disfarce de empregos com altos salários em empresas terceirizadas para os familiares dos senadores; nas prefeituras municipais, ele se encontra embutido nas obras superfaturadas e no piso salarial garantido por lei que não é pago aos professores. Sabe-se também que há muito lixo na tentativa de se acobertar as falcatruas, flagrantemente comprovadas, do banqueiro Daniel Dantas. Esse é o pior tipo de lixo, aquele que, além de exalar mau cheiro, mancha a história de um povo.

Luxo mesmo é somente o da senhora Maria de Fátima Cavalcante da Costa, de Lavras da Mangabeira (423 km de Fortaleza), que devolveu o cartão do Programa Bolsa Família após o marido ter se empregado. Essa lição advinda de uma pessoa simples, uma cidadã brasileira, deveria ser aprendida por todos e, principalmente, por uma certa elite deslumbrada e egoísta.

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